quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O que “IADE” ser do IADE?

O que “IADE” ser do IADE?

1ª Regra da Sensatez: “Nunca voltar ao local onde já fomos felizes”

Caros amigos e colegas do IADE:

Soube há poucos dias que o “meu” IADE já não é meu! E como acontece em todas as relações, o sentimento de posse é sempre o ultimo a perder-se, portanto tenho de desabafar! O choque por me terem “roubado” o IADE é total, afinal não é todos os dias que alguém arranca um pedaço de nós. E está-me a doer. Durante 5 anos da minha vida o IADE foi a minha segunda casa e às vezes até a primeira. Durante esse período vivi intensamente o IADE e tive o prazer de ser discípulo de professores que foram capazes de ser mestres, citando António Quadros.

Recordo que no meu primeiro dia de aulas, o professor Fernando Garcia olhou para a turma e disse-nos assim: “Olhem todos uns para os outros. Vá…olhem, fixem bem as outras caras, porque vocês estão a olhar para os vossos melhores amigos. São estes que vos vão acompanhar para o resto da vida!” Passados tantos anos discordo do saudoso Fernando Garcia. Porquê?
Porque faltava lá a Paula Naia!

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que vi a Paula. Entrei na casa de banho do 1º andar, na Rua Capelo e de repente, vejo nas costas da porta, um desenho muito bem feito de um mulherão descomunal! Por cima dizia: Paula Naia!

Foi a primeira vez que a vi. Mais tarde, conheci a “verdadeira” Paula e devo dizer que o desenho não fazia jus à pessoa em causa…também como é que um desenho iria mostrar toda a sua dedicação, inteligência, amizade, devoção, humor, amor, lealdade…

A Paula Naia foi uma das responsáveis por eu ter vivido intensamente o IADE, por ter participado e ajudado a organizar um sem número de Eventos, Jornadas, Desfiles… E foi a responsável por ter conseguido o meu primeiro emprego, que mantenho até hoje.

Quando soube o que o IPAM lhe está a fazer, fiquei revoltado. Sim, o IPAM, porque o “meu” IADE, o Humanista, Irreverente, Criativo e Audaz nunca faria isso a ninguém, muito menos a alguém que faz parte da sua história e memória.

A Paula foi também responsável por eu ter quebrado inúmeras vezes a tal primeira regra da sensatez. Depois de ter saído do IADE voltei inúmeras vezes…fazia-me falta, tinha saudades e já não havendo colegas ou professores do meu tempo com quem falar, eu ia falar com a Paula, que para mim, é e será sempre o IADE. Enquanto lá estava, eram inúmeros os telefonemas que recebia de agências e empresas, a solicitarem o envio de CV´s, alunos a entrar e a sair para lhe pedirem ajuda e uma opinião, o António Ferro a dizer “Paula preciso de si”… um autêntico frenesim que só comprovava a sua extrema dedicação, profissionalismo e reconhecimento público.

O António Ferro saiu, mas a Paula ainda lá está nas condições que todos conhecemos. E recordo-me que ao longo dos anos teve tantas, mas tantas propostas para sair…só que por vezes o Amor e a

Dedicação vencem a sensatez. Eu também sou assim, se calhar é por isso que somos amigos. E isto faz-me pensar o seguinte: será que a primeira regra da sensatez não deveria ser “Nunca ficar no local onde já fomos felizes”? Eu não sei o que “IADE” ser do IADE… mas o meu não há-de ser com certeza!

P.S – Quero também partilhar a primeira vez que ouvi falar no António Ferro, por quem nutro uma infindável simpatia e admiração. Recordo que entrei na casa de banho, acho eu que era do Palácio, e nas costas da porta estava desenhado “algo” que continha a seguinte descrição: É duro como o “Ferro”!

Pedro Costa Pereira

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